garrafa começada

Acompanhada de uma garrafa de vinho começada, tomando no bico mesmo, penso sobre essa solidão...
Espero que ela ensine tanto quanto me dói, corrói.
Tantos sentimentos pesados... culpa, não merecimento, tristeza, dor, solidão... hoje é isso que grita dentro de mim.
Já passou algumas vezes pela minha cabeça que eu não incomodaria e nem sofreria mais se eu desse um jeito de acabar, sabe. Antes vinha junto o julgamento, eu pensava que seria ruim fazer algo do tipo.
Hoje não acho mais. Ninguém sabe o que se passa aqui dentro. Quem me julgaria por simplesmente querer resolver? De uma vez por todas?
Não precisaria mais de vinho
Nem de nada para me fazer fugir da realidade
Nao geraria preocupação em ninguém sobre estar acompanhada só por interesse
Por ser cômodo estar comigo
Por eu ser sinônimo de conforto
De qualquer coisa menos amor...

A médica me disse que o tempo tá passando e que vai passar cada vez mais rápido.
Eu deveria ter sido então mais inteligente, ou menos burra.
Deveria ter conduzido meu caminho direito.
Agora eu já to ouvindo que é tarde, não dá muito mais pra tentar de novo, sei lá.

Olha, se - ou quando - me encontrar por aqui, meio fria, lembra que a minha flor preferida é o lírio. 
Lírio da paz. 
Pode encher de lírio lá.
Vai ser bem adequado, lírio tem cheiro de silêncio. Eterno.

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